Em seu trabalho de escrita autoral, Ive Braga possui três livros publicados pela Editora Autografia e seu novo trabalho literário encontra-se em fase de pesquisa e elaboração. Seu primeiro livro focaliza o cinema de François Truffaut e sua trajetória criativa/autobiográfica (ISBN 978-85-518-2941-7). O segundo, analisa a experiência artística e fotográfica do tcheco Miroslav Tichy, que registrou diversas imagens com câmeras fotográficas artesanais feitas com objetos descartados (ISBN 978-85-518-4593-6). Em estilo dramatúrgico, seu terceiro livro consiste em uma peça de teatro que narra a trajetória da personagem Angústia, uma artista de rua que vaga pela cidade proporcionando encontros, desencontros e transformações ao interagir com as pessoas por onde passa (ISBN 978-85-518-5125-8).Todos os livros podem ser adquiridos diretamente com a autora ou pelo site da editora. Valores sob consulta.
A história de Antoine Doinel: um estudo sobre a formação
Antoine Doinel é como uma flor que não colore como as demais. Os percalços de sua formação, sua conturbada experiência familiar, o poder coercitivo das instituições por qual passou, seus empregos precários e suas quase sempre frustradas investidas românticas, não foram suficientes para embrutecer o personagem. A história de Antoine Doinel, mais do que um estudo sobre a formação – além de ser a expressão cabal dos modos como a experiência estética resiste à ideologia que pressiona a transformação da cultura em mercadoria – é um manual de sobrevivência, para aqueles que ousarem se opor ao ajustamento.
Miroslav Tichý – um lírico no auge da regressão dos sentidos: um estudo sobre o drama do indivíduo moderno
Este livro analisa a obra de Miroslav Tichý (1926 – 2011), artista plástico e fotógrafo oriundo da República Tcheca, que fabricava artesanalmente máquinas fotográficas rudimentares com objetos descartados e saía às ruas da pequena cidade onde morava para fotografar. Os enlaces entre filosofia estética, teoria social e psicanálise compõem o construto epistemológico que permitiu explorar a apropriação subjetiva da cultura, a sedimentação do conteúdo social em forma artística e a experiência estética na modernidade. O estilo enigmático, danificado e impreciso das imagens produzidas pelo artista, além de sustentar a tese da arte como expressão objetivada da estrutura social, coloca em destaque a ambivalência lírica da vida deteriorada, fundindo o adorável ao indecifrável.
– Muito prazer, Angústia
Um Ser vaga pela cidade arrastando um manto de mágoas, angústias. Chega nos lugares e causa estranhamento. Tem um hábito, uma compulsão: lambe feridas espalhadas por seu corpo. Cultiva as feridas, cada uma delas expressa uma dor, um amor. Presente, passado e futuro se misturam na mente desta personagem. Pode ser uma Antígona cobrando de Creonte a libação dos cadáveres da Cidade ou figuras arquetípicas modernas. A cada encontro, com um ser real ou imaginário, ela causa inquietação, transforma e se transforma, traçando um fio narrativo repleto de causos, reminiscências, reflexões, lapsos e dilemas que atravessam os tempos.
– Posso dormir com você?
Ainda em processo de pesquisa e escrita, os elementos que fundamentam a composição de seu quarto livro intutulado: - Posso dormir com você? pautam-se em referências teóricas da filosofia (Teoria Social) e da psicanálise (Freud, Lacan, Stoller) associadas a temas que exploram o universo e a subjetividade feminina. Tomando por base seu trabalho clínico com mulheres e público LGBTQIAP+, a presente criação estética se dedica a investigar o enfrentamento de questões traumáticas oriundas das relações entre infância, família, sexualidade.